quinta-feira, agosto 5

Não falemos das consequências... falemos das CAUSAS!

Estava para aqui a pensar porque é que por vezes como porcarias que sei que me afastam do meu objectivo... pensei, pensei, pensei... e não consegui chegar a uma conclusão... e talvez por isso esteja GORDA!

Recentemente fui à minha médica de família, por vários motivos, e durante a consulta e disse-lhe que suspeitava estar com uma depressão. Nem um milésimo de segundo depois desta minha revelação já me estava a tentar impingir um antidepressivo, e por segundos parecia que a respeitosa doutora tinha encarnado numa sedenta comercial de um qualquer laboratório farmacêutico, quase me senti impulsionada a perguntar-lhe que viagem, quero dizer simpósio ou congresso lhe tinham prometido... Sinto que gorei as suas expectativas ao dizer que não estava interessada. O meu objectivo é claro, ultrapassar os problemas com a mesma clareza com que reconheço a sua existência.



Sempre fui uma pessoa bem-disposta, sempre me vi a rir, a conviver... mas subitamente isso alterou-se, com a gravidez do meu menino. Depois de alguns episódios perturbadores, sobre os quais nem me apetece escrever, qual tentativa de os votar ao esquecimento, tive problemas no início da gravidez do Gonçalo, ao ponto de me dizerem que tinha abortado porque estive mais de 10 dias com hemorragias constantes e muito intensas. Essa situação mexeu muito comigo. Depois do Gonçalo nascer deparei-me com o peso ganho na gravidez, nada mais, nada menos do que 30 Kg. Mas o peso era o menor dos problemas... No mesmo dia em que saio com o menino do Hospital volto a entrar ou seja, passei 3 ou 4 horas em casa com o bebé. Notei que ele passava o tempo todo a dormir e quando o tentava acordar para comer chorava desalmadamente. Ligo para a Saúde24 e sigo para o São Francisco Xavier com ele. Conclusão: embora  o pusesse ao peito e ele lá estivesse (supostamente) a mamar a verdade é que não se alimentava, ainda não tinha leite. Pelo facto de ele ter estado mais de 48 horas sem comer ficou desidratado, ficou internado no CI da neonatologia. Para além disto, agravou-se a situação da icterícia pelo que foi sujeito ao tratamento com as luzinhas. Durante o internamento, que durou 5 dias, detectaram que o Gonçalito tinha um problema cardíaco. Com uma semana de vida começou a ser "cliente frequente" das consultas de cardiologia pediátrica do H. Santa Cruz. Para abreviar, o problema, as consultas e tudo mais culminaram com a cirurgia realizada no dia 13 de Outubro de 2009, tinha ele 5 meses e meio. Não era de todo este o início de vida que tinha em mente para o meu filho, tão pouco me sentia preparada para ver o meu bebé nos cuidados intensivos ligado a um ventilador. Correu tudo bem, graças a Deus, mas foi perturbador.


Este testamento para resumir que todos os transtornos provocados por alguns dos factos acima mencionados afectaram irremediavelmente a minha saúde mental, como efeitos práticos na minha condição física. Na faculdade estudei psicopatologia, o que me permitiu saber hoje quais são os sintomas mais frequentes e visíveis das depressões, e por esse motivo sei que estou ainda emersa num estado semi-depresivo, que pretendo deixar para trás o quanto antes. E tenho impressão que essa situação condiciona a minha dieta, os estados depressivos estão muitas das vezes associados ao aumento de peso.

Nada disto pretende justificar a gordura acumulada, embora tudo na nossa vida tudo tenha uma justificação, uma causa. O que pretendo é demonstrar que mais importante do que perder peso é perceber o motivo pelo qual o ganhámos, pois é sobre essas causas que devemos prioritariamente actuar. No meu caso, já identifiquei 3:
1. Respondo mal à ingestão de hidratos de absorção rápida, pelo que devo evitá-los e priviligiar os hidratos de ingestão lenta (vegetais crus, a aveia...);
2. Quando estou mais ansiosa tenho tendência a ceder perante os alimentos mais calóricos, e nesse sentido devo agir sobre as causas que me provocam ansiedade, ou aprender a gerir os estados emocionais de uma forma mais efectiva.
3. O sedentarismo! Se ingiro 1200 e o meu metabolismo só dá conta de 1000, significa que tenho que arranjar estratégias para o obrigar a queimar mais... e a solução é MAIS ACTIVIDADE FÍSICA ou ACTIVIDADE FÍSICA MAIS INTENSA!

1 comentário:

LGG disse...

Sem dúvida que encontraste a tua «causa». Agora é tempo de lhe dares a volta, de mostrares a ti mesma que tudo passou e que agora está tudo bem. Eu acredito! Acredita também!

(O dia 13 de Outubro de 2009 foi, para mim, um dos mais felizes da minha vida - foi o dia em que a minha filhota fez um ano. Lamento que para ti tenha sido, provavelmente, o mais difícil.)

Bjocas