" (...) A gula é parente próximo da compulsão, um desvio de
comportamento de origem emocional. Quem come demais estabelece
com os alimentos vínculos físicos e emocionais. Não duvide: os gordos
são pessoas ansiosas, que comem à procura de um alívio temporário de
suas tensões.
A comida — especialmente os doces — é serotoninérgica. Isso
quer dizer que nela (e nos doces ainda mais) existe um grupo de
substâncias que imitam a ação das serotoninas. Normalmente, as
serotoninas são fabricadas pelo organismo e funcionam como
"calmantes", provocando uma gostosa sensação de bem-estar.
Quando "bate a depressão", há uma diminuição no seu nível de
serotonina. Então, você come para substituir — de maneira fugaz e
engordativa — as serotoninas naturais. Após comer para se saciar em
"falsas serotoninas", os problemas emocionais não mudaram. E você
está mais gordo — e mais feio. Então, mais frustrado, volta a comer.
Assim, de tristeza em tristeza, você cria o círculo vicioso de mais
frustração, mais comida, mais frustração e... cada vez mais quilos.
A neurociência já descobriu no mínimo quatro sistemas de
descontrole emocional. Os três primeiros relacionam-se intimamente à busca por comida:
1) Sistema de recompensa e busca
2) Sistema de raiva
3) Sistema de medo/ansiedade
4) Sistema de pânico
Não importa qual o motivo por que você pede socorro à comida,
mas sim que esse comportamento precisa mudar. Em sua cabeça, você
deu guarita a um inimigo que o obriga a conviver com um hábito
destrutivo: o de comer demasiadamente.
Ao contrariar esse monstrinho, seu corpo e sua psique começam
a conspirar contra. A memória do corpo luta para reaver os quilos
extras e, igual a Camila Morgado, você se sente irritado, enjoado etc. A
dependência emocional "cria" situações que o empurram de volta ao
aditivo químico que sumiu do mapa: a comida. (...)"
in "Dieta Nota 10" de Dr. Guilherme Ribeiro
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